quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Feliz Nata... o quê?

   Mais um ano... mais um 25 de dezembro... mais um Natal, ou Natalis Invict Solis.
   Se você é cristão, sabe a importância da data (ou deveria saber) e seu simbolismo, a santificação do dia 25 de dezembro. Se você não é cristão, não importa, é uma data importante de qualquer maneira, seja por motivos religiosos, filosóficos ou sociais. Basicamente o sentimento comum é de reflexão e festa.




   Mas ficam a aqui as perguntas: O que deve ser refletido e o que deve ser comemorado?
   O objetivo aqui é entender, independente de religião, a origem desta data importante, auxiliando na resposta do questionamento.

   Para isso, nos remetemos ao século VII A.C. com os antigos persas. A principal religião desses povos era o masdeísmo, inicialmente fundada por Zaratustra (ou Zoroastro) e passando por grandes evoluções, partindo de um princípio politeísta e depois se transformando com bases monoteísta (deus Masda) devido a uma grande influência judaica, porém o cerne desta doutrina se baseava no combate entre o Bem e o Mal [1].

   Dentro do masdeísmo, surgiu o mitraismo (culto a Mitra, deus da luz) que também sofreu uma grande influência judaica dos fariseus. Este culto, posteriormente, transformou-se em uma ordem iniciática, cuja essência era o amor fraternal. [1]

   Dentre os vários aspectos da doutrina mitraica, existia uma solenidade chamada Natalis Invict Solis (Nascimento do Sol Vitorioso) que ocorria entre a noite dos dia 24 e 25 dezembro em culto ao deus da luz e do sol (Mitra) [1]. Esta data também coincide com o solstício (inverno para o hemisfério norte e verão para o hemisfério sul), ou seja, um culto de retorno para a volta da luz do sol para reiniciar o ciclo da vida, das quatro estações, um novo começo...

   Logo, simbolicamente, o cristianismo adotou esta data, 25 de dezembro, como o dia do nascimento de Jesus, identificando-o como a Luz do mundo. Deste modo, vale relembrar: "Falando novamente ao povo, Jesus disse: Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida" - João, 8:12  [2]. No contexto, o povo a quem Jesus se dirige são os fariseus.

   Interessante saber é que, dentre a rica ritualística praticada não só durante Natalis Invict Solis, uma em especial nos chama a atenção: o sacramento mitraico. Este consistia na bênção e distribuição de pão e vinho entre aqueles que estavam reunidos e unidos por alguma afinidade. Tal sacramento possui origem hebraica (kidush), muito difundido entre fariseus e essênios, sendo este também a origem da eucaristia utilizado por muitos cristãos [1].

   Creio não ser demasiado lembrar que Paulo (apóstolo Paulo ou São Paulo) era fariseu [2], logo, tanto o mitraismo como o cristianismo possuem a mesma base ritualística, logicamente, com a simbologia adaptada ao contexto de cada época e região.

   De qualquer forma, dia 25 de dezembro é um dia para refletirmos em nossas ações e nos prepararmos para um novo ciclo e, de preferência, que essas reflexões nos levem ao caminho do amor ao próximo!

   Um bom novo nascimento para todos!
   
Referências:
1. Castellani, José. Origens do misticismo na M.'.. Editora Traço. 1992.
2. Bíblia Sagrada.
3. Boucher, Jules. Pessoa de Barras, Frederico. A simbólica M.'.. Editora Pensamento, ISBN 9788531506253.
4. Imagem do post: FreeDigitalPhotos.net

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