sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Um pouco de tolerância

Os aspectos práticos que dizem respeito à tolerância são o respeito pela opinião alheia e a relevância de atos, ditos maldosos ou nocivos. Porém, a tolerância não está apenas relacionada à pessoa alheia, mas também está em relação pessoal, ou seja, diz respeito também aos nossos próprios atos e opiniões.






A existência de uma tênue linha que divide os limites entre a tolerância, subserviência e repreensão, é o que dificulta a prática da tolerância. Em vista disso, existem duas ferramentas que podem nos auxiliar a navegar nesta linha limítrofe: o perdão e o auto perdão. 

O perdão não é apenas o respeito passivo diante do erro alheio. O perdão é dinâmico. Este consiste na análise do ato, tendo em vista que o outro (que proferiu a opinião ou executou o ato) está em estado de inferioridade. Entende-se, neste caso, por inferioridade a condição de ignorância ou desajuste psicológico momentâneo. 
Mediante a tal enfoque, temos o sentimento de compaixão, que diminui a reação emocional da revolta (ou ódio) e da necessidade do revide. 

O auto perdão, por sua vez, é a essência da tranquilidade. Alguns atos gerados por nós mesmos podem levar à culpa. Tal culpa ficará responsável por desencadear processos neuróticos e estes devem ser encarados com serenidade. 
Uma reflexão em torno de seus próprios valores lhe permitirá entender que existem razões a reagir, enquanto deveria agir, revidar, enquanto deveria desculpar e fazer o mal, enquanto deveria fazer o bem. Neste caso, torna-se essencial, uma reavaliação da ocorrência, num exame sincero e honesto em tomo do acontecimento, diluindo-o racionalmente e predispondo-se a dar-se uma nova oportunidade, de forma que supere a culpa e mantenha-se em estado de paz interior. Lembremos que todos podem cometer atos falhos ou erros, mesmo aqueles que seguem na retidão da vida. 
Tolerar tais atos deve ser mais do que a aceitação passiva do ocorrido. É doar-se e aprimorar-se. 

Perdoa-te, portanto, perdoando, também, ao teu próximo, seja qual for o crime que haja cometido contra ti.” – Joanna de Ângelis.

REFERENCIAS

1. Aristóteles. Ética a Nicômaco. Ed. Martin Claret. 2001. ISBN 8572324305.
2. Mensagens de Luz: Joanna de Ângelis.
3. Imagem do post: FreeDigitalPhotos.net

Um comentário:

  1. "Na visão da psicologia profunda, perdoar é devolver em luz, o que se recebe em trevas..."

    Joanna de Ângelis/ Divaldo P. Franco - Perdão e Auto-Perdão


    Alex.'.Aráujo

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